A criatividade é um dos maiores problemas quando se trabalha com imagem ( não usarei a palavra arte). É como um bicho fujão, quanto mais corremos mais ele foge. Ainda mais se não se tem associado ao produzir imagem, o ganha pão. Falo isso por lembrar do período em que estive empregado e recebendo salário. Lembro-me claramente que não conseguia produzir nada. Quando não estava cansado estava estressado, ficava de segunda a sexta de 12:40 às 22: 40. o que sobrava de meu tempo , perdia dentro de um onibus para casa, comendo e indo para a cama. Nos fins de semana, quando tentava produzir , terminava por deitar em algum canto e dormir. Não preciso dizer que meu humor, que já não é lá essas coisas , sumia. Pá! daí fui demitido e, ao invés de reclamar, agradeci. Logo de cara apareceu o trabalho da opera , algum dinheiro, e me senti encorajado. Logo os pensamentos, as ideias , a criatividade voltou. Não ou negar que passei por perrengues, mas sabem de uma coisa? isso é normal, serve pra que nos melhoremos do ponto de vista da preparação, da sofisticação de nossas ideias e da formação de nosso espírito empreendedor. Que vida sem graça essa que teríamos se não tivéssemos contrariedades! Eu, hoje, penso nelas como um estímulo. não houvesse elas eu me acomodaria diante da televisão assistindo jogo de futebol como muiiiiiitos que vocês com certeza conhecem e não, por exemplo, escreveria este humilde blog.
Hoje penso em ir para o Canadá, estudar animação e melhorar-me como desenhista de animação. Ainda não tenho o que é preciso mas já estou tentando juntar condições. Será que se eu estivesse empregado, recebendo um salário razoável me sentiria incomodado com o mundo a minha volta ou me aclimataria nele e integraria o coro dos acomodados?
Ah, sim! abaixo, coloquei o filme que abre a ópera da qual falei linhas acima: " o viajante das lendas amazônicas" de Sergei Firzanov, a qual tive a honrra de produzir e animar
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